Dificuldades de Aprendizagem
“Imagination is more important than knowledge. For knowledge is limited, whereas imagination embraces the entire world, stimulating progress, giving birth to evolution.”
Albert Einstein
O que é a Perturbação da Aprendizagem Específica
De acordo com o DSM-5, a Perturbação da Aprendizagem Específica (PAE) tem como critérios de diagnóstico a existência de dificuldades em aprender e em utilizar as capacidades académicas, persistindo por um período de pelo menos 6 meses, apesar de ter sido fornecido algum tipo de intervenção diretamente direcionada para as dificuldades apresentadas, pelo menos um dos sintomas a seguir descritos:
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Leitura de palavras imprecisa ou lenta e esforçada
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Dificuldades em compreender o significado do que lê
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Dificuldades em soletrar
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Dificuldades com a expressão escrita
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Dificuldades em dominar o sentido dos números, factos numéricos ou o cálculo
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Dificuldades com o raciocínio matemático
Para além disso, estas dificuldades são significativamente superiores ao que seria esperado para a faixa etária em que se encontra e interferem no seu desempenho académico ou na realização de atividades do seu quotidiano; começaram durante os anos escolares (embora possam não se manifestar completamente até que o nível de exigência académico seja superior às capacidades do indivíduo); e não são melhor explicadas por outras perturbações (incapacidade intelectual, dificuldades visuais e/ou auditivas, perturbações mentais ou neurológicas, adversidade psicossocial, baixo domínio da língua ou instrução inadequada).
Poderá existir um défice apenas numa das áreas, em várias ou em todas elas, podendo designar-se também por dislexia, disortografia e discalculia, consoante afete a leitura, a escrita ou a matemática.
De acordo com o nível em que afete a vida do indivíduo, poderá considerar-se ligeira (algumas dificuldades, mas o indivíduo consegue funcionar bem quando são feitas adaptações ou proporcionados serviços de apoio apropriados), moderada (dificuldades acentuadas que necessitam de períodos intensivos de apoio especializado a par de adaptações e serviços de suporte) ou grave (graves dificuldades na aprendizagem que afetam diversos domínios académicos e, mesmo com um ensino intensivo e especializado contínuo e com um leque de adaptações e serviços de apoio, o indivíduo pode ser incapaz de completar todas as atividades eficazmente).
Os sintomas variam com a idade e, mediante uma intervenção bem sucedida, podem mesmo tornar-se pouco percetíveis. Contudo, esta é uma perturbação neurobiológica e, como tal, os défices permanecem, embora o indivíduo possa adquirir um conjunto de ferramentas que lhe permita lidar com a perturbação de uma forma eficaz, realizando todo o seu potencial.
Numerosos casos de disléxicos famosos (Albert Einstein, Pablo Picasso, Jamie Oliver, Agatha Christie, Daniel Radcliffe) disso mesmo são testemunho.
Convém salientar que quanto mais precoce for a deteção das dificuldades e o início do trabalho de intervenção, maiores serão os benefícios e ganhos para a pessoa e para os que com ela se relacionam (família, escola, etc.), evitando-se o prolongar de um sofrimento pessoal e familiar que advém da não identificação das mesmas e o confronto persistente e duradouro com o insucesso.
Frequentemente a PAE aparece em comorbilidade com outras perturbações, sendo a mais frequente a Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção (PHDA). Também é frequente que, em consequência da falta de apoios sociais e emocionais adequados, surjam perturbações de ansiedade e depressivas.
A quem se destinam as consultas
As consultas destinam-se a:
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crianças em idade pré-escolar com dificuldades na consciência fonológica, na linguagem...
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crianças em idade escolar que apresentam marcadas dificuldades na aprendizagem
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adolescentes e jovens com dificuldades na aprendizagem
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adultos que pretendam despistar uma possível Perturbação da Aprendizagem Específica não diagnosticada nos anos escolares
Sessões de avaliação
Estas sessões têm como objetivo permitir a aplicação de testes psicométricos, aferidos para a população portuguesa, que permitam efetuar o diagnóstico das causas das dificuldades que motivaram o pedido de consulta. A decisão dos testes a aplicar dependerá da(s) queixa(s) apresentada(s), contudo, invariavelmente incluirão testes (neuro)cognitivos, testes de avaliação da linguagem, da leitura e da escrita, e questionários comportamentais, entre outros.
No final da avaliação, é elaborado o relatório clínico e psicopedagógico contendo os resultados e as propostas de intervenção consideradas mais adequadas. Este relatório é apresentado e discutido com os pais/encarregados de educação, podendo, se for solicitado, ser igualmente apresentado e discutido com outros profissionais que colaborem na aplicação das medidas de intervenção propostas.
Cada sessão de avaliação tem uma duração aproximada de 50 minutos e são realizadas presencialmente.
Contudo, em algumas situações, para permitir a aplicação de testes mais longos, poderá ser conveniente juntar duas sessões com o objetivo de possibilitar a sua aplicação integral no mesmo dia.
Para completar a avaliação serão necessárias várias sessões. O seu número dependerá, entre outros fatores, do número e das características dos testes a aplicar e da velocidade de trabalho de cada pessoa, no entanto, em média é de esperar que sejam realizadas pelo menos cinco sessões.
Sessões de intervenção
Cada sessão tem uma duração aproximada de 50 minutos, podendo ser realizadas presencialmente ou através de videoconferência.
As sessões de intervenção têm como objetivo a aplicação de programas de reeducação das competências deficitárias, promovendo o seu desenvolvimento. Sempre que possível, realizar-se-ão em colaboração com a família/cuidadores e demais intervenientes (escola, centro de estudo, terapeutas...).
No final de cada uma serão dadas orientações para o trabalho a desenvolver no período entre sessões, com o objetivo de consolidar as competências trabalhadas em sessão.